quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Fender Big Dippers VS Sergio Rosar CBS 64

Oscar Isaka Jr.

O Jean do grupo do pessoal do Clube do Fuzz no Facebook fez um excelente video comparativo entre os famosos Fender Big Dippers que equipam a Fender John Mayer e os Sérgio Rosar CBS 64. Achei que seria um excelente post para referência e com a permissão dele posto aqui no blog.



Após o video, o Jean me contactou com algumas dúvidas que eles tiveram no grupo. 

Pergunta do Jean:

Fala Oscar, meu nome é Jean, foi eu quem gravou o vídeo dos pups do Rosar os CBS64 vs os Big Dippers do Mayer, e a galera lá no clube do fuzz está com uma série de dúvidas sobre esses pups! São clones ou não são dos BD´s do Mayer? Se são pq ele não seguiu a risca as especificações? Pq a saída é igual em todas as posições? Pq a saída não bate com as dos BD´s? Pq o set dele não tem rw/wp no pickup do meio e com isso não tem cancelamento de ruído nas posições 2 e 4? Desculpe a enxurrada de dúvidas, desde já agradeço! []'s Jean.

Resposta:

Oi Jean, vamos por partes :-)

 1- Não são clones exatos, e sim baseados nos dippers! A idéia era entregar um som suave e polido como os big dippers com aquela posição 2 e 4 "mid scooped"

2- As especificações não foram seguidas a risca em termos de Resitência e etc pois o Sergio usa uma técnica própria pra chegar naquele som, haja vista que aqui no Brasil não temos disponibilidade do mesmo tipo de fio que a Fender usa nos dippers! Os Rosar são fabricados com fios modernos e que não possuem os mesmos "defeitos" dos antigos (enamel etc). Por isso foram fabricados usando uma técnica própria pra chegar naquele resultado específico.

A intenção era um set que tivesse as características do big dipper dos agudos arredondados e som com bastante ataque e corpo que tbem esta presente em caps dos anos 60 da fender, por isso são todos iguais como eram os da epoca de meados de 1960!

O rw/rp cancela os ruidos e como consequencia tambem atinge algumas das frequências mais altas e achamos que ele respira melhor sem o bobinamento reverse no captador do meio

Resumindo, os CBS 64 foram feitos pra termos as boas características dos dippers num set que tbem tem as boas características dos caps vintage. Não simplesmente gerar um clone exato!




Aproveitando, pra minha surpresa achei vários sabores de Big Dippers na CVS (rede de farmácias dos EUA)


Vai um Big Dipper aí? :-)

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Agradecemos ao Jean e ao pessoal do Clube do Fuzz pela disponibilização do excelente vídeo comparativo!

Nota: Não existe uma tradução literal para "Big Dipper". Nos EUA, o termo é utilizado para potes de molhos e até uma montanha russa. Também é o nome dado a um conjunto de 7 estrelas que formam um desenho de uma tigela/pote longo, da constelação de Ursa Maior. E é, claro, o nome dos captadores Fender do John Mayer :)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Fender Stratocaster 1957 Original vs Fender Master Builder Stratocaster 1957 Closet Classic

Oscar Isaka Jr.


        Era final de tarde de um domingo, eu estava em Houston-TX a trabalho e resolvi ir na Guitar Center matar o resto do dia olhando o que havia de novidades. Aliás, o que mais um maluco como eu iria fazer com tempo livre nos EUA? :-)

         A loja de Houston é bem grande e uma das que têm a famosa sala com equipamentos especiais denominada "Vintage/Platinum Room".  Esse espaço especial dentro das maiores lojas da franquia da Guitar Center se destina somente a instrumentos especiais da loja, e é onde ficam por exemplo as guitarras Custom Shop da Fender, Gibson, PRS Private Stock, etc., amps de boutique como Bogner, Hiwatt e é claro algumas relíquias antigas como por exemplo uma Gibson LesPaul 1955 Gold Top original, amps Fender BlackFace, cabeçotes Marshall Plexi de 1977 e por aí vai. É uma verdadeira loja de doces!



PRS Private Stock

Quando cheguei, o Brian, gerente da vintage/platinum room da loja me atendeu de forma extremamente cordial e começamos a bater um papo sobre os instrumentos que ele tinha na loja e eu perguntei qual era a MELHOR STRATO que ele tinha ali. Ele não pestanejou muito e apontou na parece para uma "Two Tone Sunburst" com escala de maple que estava pendurada na parede. Era uma Custom Shop da série Closet Classic (onde a pintura e acabamento são feitos de maneira tal que ela aparenta ter sido guardada num armário por 50 anos) 57 reissue mas não era uma Custom Shop "comum" (se é que existe isso), mas uma "Master Builder Yuriy Shishkov" (já chegaremos nesse assunto).
Lindo acabamento 2 tone sunburst com a pintura em nitrocelulose levemente fosca. Notei logo todas as Vintage Specs, como raio de 7,25", braço "V shape", ponte vintage reissue com 6 parafusos, tarraxas Kluson, etc., além de ter notado o corpo em peça única de Alder. O Brian mencionou que essa era "especial" por que estava equipada com 3 captadores enrolados pela própria  Abygail Ibarra pouco antes dela se aposentar definitivamente da Fender. Me explicou que em geral as Master Builder vem com 1 captador "Abby" apenas como padrão, mas essa em especial tinha o trio. Empunhei a guitarra e comecei a tocá-la sem amp primeiro e logo notei a alta ressonância do conjunto todo.

Pluguei-a em vários amps: Hiwatt Custom 20, Fender Tweed Eric Clapton, Bogner Lafayette e até um Deluxe Reverb 66 original e em nenhum deles ela decepcionou. Aquele som forte e autêntico de uma Strato anos 50, com médios percussivos e presentes, som cristalino, ataque rápido da escala de maple, o calor do alder, tudo estava lá associado à extrema dinâmica e resposta dos captadores.

Fiquei um tempo brincando com aquela maravilha até que o Brian me entregou uma outra Strato que estava com um aspecto mais "surrado" dizendo "teste essa agora".  Perguntei pra ele se era uma "Relic" e ele respondeu "Não, é uma 1957 original...". :-) Quase caí da cadeira. O instrumento que estava na minha mão tinha a etiqueta de US$39.000,00!

Fender Stratocaster 1957 Original

Pensei, "ok vamos espetar no amp e ouvir o que sai" - e como não poderia ser diferente, um TIMBRASSO de strato ecoou novamente na sala. O mais legal foi notar que todas as MESMAS características da Master Builder estavam presentes na 1957 com a diferença que a vintage parecia ter os caps com um pouco mais de ganho, soando um pentelho mais orgânica e encorpada. Pra tentar registrar isso, gravei uma pequena demo com meu celular de ambas pra vc`s ouvirem um pouco do que eu estou falando. Infelizmente com o audio do celular deu pra aproveitar uns segundos só de cada vídeo, mas dá pra ter uma ideia.

Quem está no comando da demo é o Bruno, um grande amigo e tão louco por guitarras como eu. Ele é o feliz novo dono dessa magnífica Master Builder 57 Closet Classic! :-)




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FENDER CUSTOM SHOP MASTER BUILDER




         As Master Builder são guitarras construídas desde o começo por um único luthier especializado dentro da Fender Custom Shop. Desde a seleção das madeiras e componente, até o processo de acabamento, montagem e regulagem são todos executados pelos melhores luthiers da Fender. Nomes como John Cruz são amplamente conhecidos no meio guitarrístico (ele é o responsável pela linha Relic ) mas eu particularmente nunca tinha ouvido falar de Yuriy Shishkov até esse dia. O Brian comentou comigo que nenhuma guitarra assinada por Yuriy com a qual ele já teve contato era menos do que incrível.


Yuriy Shishkov

Esse master builder de origem Russa chegou nos EUA em meados dos anos 90 e logo ficou conhecido na região de Chicago pelo seu excelente trabalho com vários grandes nomes do mundo das cordas, como Dimebag Darrel, Jimmy Page, Paul Stanley, Nuno Bettencourt, entre outros. Entrou na Fender em 2000 e desde então tem nos presenteado com verdadeiras obras de arte, especialmente quando o assunto é "Inlay", sua especialidade!








sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"A Les Paul mais cara do mundo / Review: set Seymour Duncan "Greenie"


Paulo May/Oscar Isaka Jr.

"Greenie"

          Julho de 1966. Eric Clapton abandona a John Mayal & The Bluesbreakers logo após a gravação do seminal álbum "Blues Breakers with Eric Clapton", mais conhecido como "Beano". Não foi um disco de sucesso comercial - até porque era restrito ao blues - mas foi avassalador para vários guitarristas dá época. O som que Clapton obteve nesse disco, de sua Les Paul sunburst 1960 com PAFs e um amplificador Marshall no talo, foi o gatilho que disparou o (re)interesse pelas Les Paul (que não eram mais fabricadas pela Gibson desde 1961).


Billy Gibbons ouviu o disco e saiu correndo atrás de uma (e conseguiu uma fodona: Pearly Gates). Joe Perry, idem.

Enfim, Clapton foi embora e John Mayall precisava de alguém para a vaga de guitarrista. Ligou para Peter
Green, que topou na hora, mas assim que desligou o telefone pensou: "Putz, pra ter aquele timbre, preciso
de uma Les Paul". Peter Green foi até uma das maiores lojas de instrumentos de Londres, a Selmer's e comprou uma Les Paul sunburst 1959 por 110 libras (cerca de 2.500 dólares hoje em dia). Não gostou muito do braço, que parecia um "tronco de árvore", segundo suas próprias palavras.



Ele também percebeu que o captador do braço estava com problemas e mandou consertá-lo. O cara que fez o serviço (pode ter sido o próprio Peter Green, não se sabe ao certo) inadvertidamente inverteu a polaridade da barra de alnico e recolocou o captador com a bobina ativa ao contrário, virada para a ponte. Essa manobra errática gerou uma defasagem magnética (não elétrica) entre os dois captadores. Quando acionados juntos, surgia um timbre característico, com perda de graves e médios algo "tubulares". Esse timbre foi eternizado nas gravações de Green e Moore e hoje é um clássico.
Obs: Há várias versões dessa história, mas a própria Gibson cita Jol Dantzig: segundo o mestre luthier Jol Dantzig, que analisou profundamente a guitarra em 1984, o imã do captador do braço foi colocado invertido ("flipado") durante a fabricação, na Gibson. Peter Green achou que fazendo uma rotação de 180 graus resolveria o problema, mas ele deveria abrir o captador e girar o imã 150 graus no seu eixo longitudinal para realmente corrigi-lo. 

Porém, Peter Green tinha - e não sabia - uma esquizofrenia latente, que foi despertada pelas suas inúmeras viagens de LSD durante o período com sua própria banda, Fleetwood Mac. Numa dessas viagens, ele não voltou. Abandonou a música e tornou-se um recluso, morando com a mãe e o irmão, além de deixar seus cabelos e unhas crescerem a ponto de ficar irreconhecível.

Em meados de 1969, Gary More, então um guitarrista ainda em ascensão, fã de Peter Green e de Les Pauls, por acaso morava nas redondezas. Um dia ele foi até a casa de Peter Green (que havia acabado de abandonar o Fleetwood Mac), bateu na porta e perguntou se ele queria vender a sua Les Paul. Peter Green trocou-a por uma SG e algumas centenas de dólares. Negócio da china... :)


          Devido à dívidas inesperadas, (o esperto) Gary Moore vendeu a "Greenie" (como ele a chamava) em um leilão em 2006 por cerca de 1,2 milhões de dólares (oficialmente, 750.000 dólares). O comprador (Phil Winfield) a revendeu em seguida para o colecionador Melvyn Franks por algo acima disso, entre 1,5 e 2 milhões. Atualmente ela está sob a custódia do inglês Phil Morris e tem aparecido bastante para o público, como nesse vídeo onde ela é soberbamente demonstrada:



A Gibson lançou clones dessa guitarra - é a "Collector's Choice #1" ou "Melvyn Franks". Me pergunto por
que raios deram o nome do colecionador e aparentemente foi porque Peter Green e Gary Moore não
autorizaram o uso de seus nomes...

Ao contrário do que se pensa, a Greenie foi pouco usada no famoso álbum "Still Got The Blues". Em 1988,
Gary comprou uma outra burst 59, sem saber (será?) que ela havia sido roubada do guitarrista Ronnie Montrose em 1972 (leia mais aqui). Essa 59 de Ronnie Montrose é a que ele mais usou em gravações à partir de 1988 e é de fato a guitarra utilizada no solo de "Still Got The Blues". Ela é mais aberta e estalada que as outras. Segundo Moore, na posição do meio chega a soar como uma "Fender".

Também a título de curiosidade, Moore aparentemente gostava de imbróglios legais. Foi acusado de plágio (e perdeu) da melodia do solo de "Still Got The Blues". O solo é claramente semelhante (harmonia incluída) ao da música "Nordrach" de 1974, da banda alemã  Jud's Gallery. Clique aqui para ouvir a música no youtube - o solo ocorre no tempo 6:15).




SEYMOUR DUNCAN CUSTOM SHOP: "GREENIE SET"



Mas estamos falando nesse tópico da Greenie e de sua famosa configuração de PAFs. Tão famosa que vários fabricantes fizeram cópias dos captadores dessa guitarra. No post passado fizemos um comparativo de vários PAFs e tinhamos a versão custom shop da Seymour Duncan para esse set chamado "Greenie". Fiquei tão positivamente surpreso com esse conjunto que resolvi mostrar as outras sonoridades desse set pra vocês.

Como falamos já no outro post os Greenie são réplicas de PAFs de 1959. O Jim Rolph já havia me alertado que eles não são os mais detalhados PAFs para som clean, mas que em situações de drive é onde eles realmente brilhavam. Bom, o Greenie não é exceção, seja no crunch ou com um pedal de drive mais forte, ele realmente brilha e reproduz os sons eternizados pela dupla Peter Green / Gary Moore.

Utilizei a minha R9 2003 com o set de Greenies instalado com o captador do braço devidamente invertido (como manda o figurino) para gravar as demos.



Os primeiros dois takes são repetições das gravações usadas na comparação dos PAFs que vc's já ouviram nos dois posts anteriores e os mesmos comentários aplicam-se aqui. O captador do braço tem uma resposta um pouco diferente, com mais ênfase nos médios e um pouco menos de estalo que os outros PAFs instalados na posição "certa", mas mantém vários dos atributos de um bom PAF. Esse maior enfoque nos médios faz com que ele cante com distorção e reproduza, com uma boa dose de fidelidade, o timbre talvez mais clássico de Gary Moore, na música "Still Got The Blues". Simulação de Marshall Clean no amplitube e o pedal "Ambassador" que é um clone do famoso Marshall Guv'Nor, um pouco de delay, uma Les Paul e os Greenies e voilà, temos o timbre!! :-) Gravei a intro no 3º take.

Outro som eternizado por Peter Green e copiado por muitos guitarristas posteriormente, é o som "fora de fase" causado pela inversão da polaridade do imã como já citado no post. No último take do áudio no vídeo, procuramos reproduzir um pouco do que é esse som característico eternizado por Green. Eu juro que sempre relutei em usar esse som, pois limpo perde volume, fica magro e sem corpo mas quando testei os Greenie com algun drive a compressão causada pela distorção me fizeram entender a razão de tantos guitarristas gostarem dele.  O mais legal é que você pode controlar o som nos botões de volume de ambos os captadores. Com ambos no máximo temos o som completamente fora de fase, mas diminuindo um ou outro podemos criar outras nuances totalmente utilizáveis desse mesmo som. Isso sem contar com os tones!

Os Greenies foram sem dúvida uma grata surpresa nessa maratona de testes dos PAFs e são uma excelente pedida para quem procura um som mais Blues/Rock clássico de LesPaul!

PS: Os Greenies estão disponíveis somente através da Custom Shop da Seymour Duncan. Quem quiser adquiri-los, pode acessar a loja On-Line da Seymour Custom Shop (Clique Aqui ) . Tem todas as informações sobre o captador e um botão de "Buy it now" que redireciona para a página de vendas.


PS2: O Fernando Daniel deu o toque e confirmou: a Greenie agora está nas mãos do Kirk Hammett do Metallica. Nesse vídeo que o Fernando encontrou, ele menciona que teve que vender algumas coisas de suas outras coleções pra comprar essa guitarra, mas tá feliz da vida com ela. Putz, quem não estaria? :)





terça-feira, 1 de outubro de 2013

PAF Shoot-Out: Comparação de 7 captadores atuais estilo "PAF" - Ponte!

           Continuando as comparações dos PAFs, vamos nesse post focar nos modelos de ponte, normalmente "descartados" e/ou "ignorados" pela maioria dos guitarristas por apreciarem mais a beleza e versatilidade do PAF na posição de braço. Concordo, mas um BOM PAF de ponte também tem seu valor e características únicas!

Aproveitei que os tinha em mãos aqui e fiz uma rodada especial para os PAFs de ponte. Por favor perdoem alguns instantes de desafinação, rsrs, a troca maluca de captadores e afrouxa e afina cordas gera esse tipo de coisa. Bom estaos aqui pra ouvir os timbres certo ? :-)

Vai um PAF (2) aí?

PAF "Double White" original.


Participantes do desafio:


  1. - Jim Rolph Vintage Pretender 58 (Sem capa)
  2. - Jim Rolph Vintage Pretender 59 (Com capa)
  3. - Lidy Fralin PURE PAF (Sem capa)
  4. - Lollar Imperial humbucker Low Wind (Com capa)
  5. - Seymour Duncan Custom Shop "Greenie Model" (Com capa)
  6. - Sérgio Rosar Mojo 13 (Sem capa)
  7. - DiMarzio 36th Aniversary Bridge (Sem capa)

Com exceção do Bare Knuckle Stormy Monday (apenas o neck/braço) e do DiMarzio 36th Aniversary (DP223 - apenas ponte), todos os outros foram disponibilizados com o set neck/bridge;

A plataforma de testes foi a mesma do post anterior, minha Gibson Les Paul R9. Cada captador foi instalado, teve sua altura regulada para o melhor som possível na guitarra e gravado nas mesmas condições. Os testes dos caps de ponte foram gravados com um pouco de saturação pois via de regra é dessa maneira que são classicamente utilizados. Nesse caso, o MIGHTY Tiny Terror! :-)

O timbre de caps mais fracos na ponte normalmente é interpretado como "magro" e/ou "agudo" e com o surgimento dos caps de alto ganho nos anos 70 como o Super Distortion, entregando fúria, corpo e definição, eles perderam ainda mais espaço nessa posição. No entanto, a dinâmica, detalhe e principalmente o ronco de um bom timbre de PAF de ponte são características que nenhum JB consegue entregar .Ele possibilita o uso dos botões de volume e tone e respondem a cada alteração possibilitando uma gama infinita de timbres.

Ouça-os:




Todos os testados se comportaram muito bem no teste saturado, mostrando um timbre orgânico e definido sem sobras de agudos pra nenhum lado, mas claro que existem diferenças! Vamos a alguns comentários:

Rolph 58: Entrega um som detalhado e bonito com "honk" na medida. Aberto e polido, extremamente dinâmico como o seu parceiro de braço, é o que tem menos ganho de todos e também o mais difícil de extrair sons devido a sua sensibilidade! Cada toque de palheta pode vir um timbre diferente dependendo de onde se toca e com que intensidade se toca. Deliciosamente imprevisível eu diria! :-) Muito sensível à altura das cordas também - mais afastado os agudos diminuem e ele soa um pouco mais "smoky", mais próximo o ataque fica mais evidente e ele abre um pouco mais!

Rolph 59: Soou mais cheio nos graves e menos "honk", dando uma leve impressào de "Scooped" nos médios. Um pouco mais comprimido e menos dinâmico que o 58 mas igualmente complexo. Eu diria que o 59 é uma versão mais "rockeira" do 58 e pede um bom drive e que vc desça a mão que ele segura a onda!

Lollar: Manteve a característica mais linear e prontinha nos médios e se comportou melhor na ponte do que no braço na minha opinião. Não sobram graves nem agudos com um ataque preciso e definido. É um som mais pronto e menos imprevisível e "arrogante" que os Rolphs, mas se comportou muito bem na ponte!

Fralin: Novamente demonstrou definição extrema sem nenhum excesso, com um timbre compacto, muito rico e cheio de dinâmica. Páreo duro para o Rolph 58! Soa talvez um pouco menos complexo nos médios mas um pouco mais definido nos drives. Dá a impressão de "cortar" melhor sem soar mais magro. Se o Rolph 58 é o sorvete de chocolate trufado belga, o Fralin é o sorvete de baunilha. Igualmente bom, porém mais direto ao ponto!  

Greenie: Esse set tem sido uma grata surpresa desde que comprei. BRILHA mostrando que foi concebido com o uso de drive em mente. Médios na medida, ataque bonito, "honk" pra lá de clássico, enfim Gary Moore na veia em todas as posições com esse set. Fiz uma gravação  rápida do modelo de braço e a posição "fora de fase" com drive também, mas fica pra um outro post! Seymour conseguiu extrair o melhor dos PAFs da guitarra do Gary Moore que nunca abrem o bico não interessa se vc está plugado num Soldano ou numa Marshall.

DiMarzio 36th Aniversary:  O mais forte do teste, soa quase como um DISTORTION perto dos outros. rsrs Muito mais ganho, mais corpo e menos detalhe e dinâmica que qualquer um dos outros. Tudo isso o deixa mais versátil e mais fácil de timbrar se formos considerar que só será utilizado saturado, mas também o deixa mais próximo de um captador de sonoridade "normal". A competição é até meio injusta com os outros aqui, mas resolvi incluir mesmo assim pois é um modelo que recebeu muito "hype" no lançamento como sendo o clone dos PAFs da LesPaul 59 de Larry DiMarzio. Bom, deixa pra lá! :-)

MOJO: Durante o desenvolvimento dessa série de testes, o Sérgio ouviu a performance do MOJO de braço e se animou (semana passada de última hora,rs) ! Resolveu revisitar o design do Mojo de ponte visando dessa vez fazê-lo soar mais "PAF" que o modelo anterior, intencionalmente feito para ser um pouco mais HOT e versátil. O resultado mais uma vez ficou muito próximo do Rolph 59, com um ataque um pouco mais forte e preciso mas roncando da mesma maneira com tudo o que um bom PAF de ponte tem, médios complexos, definição e graves sequinhos! Ele é um pouco mais arisco e reage mais rápido as nuances da palhetada que os outros do teste, mas mantém um excelente dinâmica e o timbre está lá mais uma vez!

A conclusão do teste é aquela que nós já sabíamos, O PAF é uma sonoridade inconfundível e mágica. Juro que durante os testes deu vontade de ter uma LesPaul com cada um desses captadores pois era possível imaginar utilidade para todas as sonoridade e suas nuances. Uns são mais rockeiros, outros mais "Bluesy" e clean enfim temos tantas sonoridades boas que posso afirmar que nada aqui foi "ruim". Só são diferentes sabores de uma sonoridade imortal e clássica! :-)

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   Queria aproveitar a conclusão de mais essa saga e agradecer ao Dalton por ter se manifestado e confiado em nós para que pudéssemos fazer essa comparação pelo interesse de todos. Ele mandou uns 8 captadores pra eu testar e a idéia toda na verdade começou dele.
   Mais um amigo que fizemos nos mundo das cordas através do Blog/Forum e desse contato que temos com todos vocês. Não fosse por esse meio eu mesmo não estaria aqui nessa amizade com o Paulo e me divertindo tanto!

Dalton, muito obrigado pela confiança e prontidão! :-)