sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Mudando de assunto...

Paulo May
(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)


         Enquanto a nossa réplica de Les Paul evolui lentamente - e eu é que não vou apressar um mineiro :) - vamos ver o que dá pra conversar por aqui.
Primeiro, os frequentadores habituais já perceberam uma forte queda na frequência de posts, e isso se deve a 3 fatos:
1) O Oscar casou-se (com a nossa querida Thalita) e quem já casou sabe que casa nova/reforma, vida à dois, enfim, vida nova, requerem um bom período de decantação até que a nova rotina permita que a  gente tenha tempo livre pra postar...
2) Eu iniciei uma reforma no meu apto que deveria durar 2-3 meses e a coisa esticou insanamente para 6 meses. Loucura. Reforma pra mim agora é que nem cedro - nunca mais! :)
3) Assuntos interessantes pra postar até aparecem de vez em quando, mas sempre que acabo de responder as perguntas diárias que pipocam pelo blog, a vontade desafina e vai embora. KKK!

Hoje, mesmo sem muito tempo, vou postar duas fotos de um projeto que já deveria ter sido feito, pois é uma coisa que vem me atucanando desde que toquei na primeira tele/strato da minha vida.
O que é? Fácil - é só olhar as fotos:


          O corpo da Strato eu vou usar um HSS Fender que vai funcionar aqui, mas o da Tele tive que mandar fazer.
Pra não incomodar ainda mais o Adriano Ramos  (RDC Guitars de Minas Gerais), liguei para o meu grande amigo e não menos competente luthier Eduardo Kaiser, da Kaiser Guitars, e, papo vai, papo vem, resolvemos fazer corpo de Timburi, uma madeira nacional muito interessante, com densidade entre o alder e ash e ressonância que me lembra a do alder (á percussão, corpo cru e pelado) - clara e definida.
E o Kaiser é gaúcho. Gaúcho põe a bola na marca do pênalti e chuta - não fica escolhendo canto. O corpo foi feito, despachado e chegou aqui em menos de 5 dias. KKK!

Telecaster de Timburi (2 peças, colagem central invisível)

Além do Kaiser, já discuti esse processo com o Oscar, o Adriano e o Bove, que me deu valiosa orientação quanto à ponte (e ele tá lançando uma versão de ponte moderna mas com furação vintage - tudo que eu mais gosto em tele, hehehe - volto a isso outro dia).

Do meu ponto de vista, se o Leo Fender tivesse pensado mais em rock e menos em country (mas era 1950, então não dava mesmo), a Telecaster (e a Strato, depois) sairia do jeito que eu tô fazendo agora.
Sou do time do John Page, hehehe...

Por enquanto é isso - volto ao assunto assim que acabar de montar e testar ambas.

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Mal acabei de postar e o Igor comentou, achando que o meu projeto era isso:

Nem sabia que existia uma coisa assim - e é Fender:
Fender Custom Shop Tennessee Stratocaster

Meu TOC jamais me permitiria chegar a menos de 20 metros dessa guitarra sem tomar um anti psicótico antes! KKKK
Os designs da tele, strato e les paul já são arquetípicos. Não ousaria (nem suportaria) qualquer mistura deles. É outra coisa que quero... As fotos são bem claras. :)

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                      Nesse meio tempo, acho que vou postar um truque que descobri para relic instantâneo (5 minutos) de pontes, capas de humbucker e partes metálicas em geral. Tô ainda preparando as fotos, mas pra ter uma ideia:

20:30hs:

20:35hs:

Fui! ;)

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25/12/2016 - BLONDE em toda sua glória. Padrão visual das teles de 68-75 com detalhes modernos. Já dá pra sentir que o tiro foi no alvo... De prima senti mais equilíbrio entre as graves e agudas. Bordões bem firmes e definidos... Infelizmente não pude colocar um Rosar Hot T porque o Sérgio está de férias até início de janeiro. O captador que tá aqui é de alnico 3, que eu definitivamente acho muito gay pra ponte de telecaster. Vou testar mais um pouco e comparar com as outras 8 ou 9 teles por aqui... :)
Assim que colocar o SR Hot T eu volto :)

27/12/2016 - Tentando chegar a uma conclusão... A diferença entre os captadores é mortal - não dá pra ter três variáveis (corpo, braço e captador) tão importantes ao mesmo tempo. O interessante é que a butterscotch (alder/Rosar Hot T alnico 4) tá soando mais alta e forte que as outras. Todos os pots são de 500 e medi a resistência - todas entre 7 e 7,25k. Isso é mais uma prova que resistência realmente não diz muito...

 Da esquerda p/ direita: Tauari, Alder, Timburi, Alder
          Mas todas soam bem. Cada uma com a sua característica, porém todas soam "Telecaster". As diferenças. ppte no espectro de médios e dinâmica, são claras para os ouvidos de apaixonados por teles, mas sutis (e até inexistentes) para leigos e desinteressados :)
Nem ouso colocar a tele 68 de hard ash aí no meio. Ela sempre soa melhor que qualquer outra, então tô tentando comparar o Timburi com o Alder. Eu arriscaria dizer que ele tá mais na praia do Swamp Ash.

Até o momento, madeira aprovadíssima para teles. E essa peça é particularmente leve. Muito legal.
 ...E já dou um toque - antes de pintar o Timburi, use filler. A superfície natural é semelhante ao mogno, com muitas micro ranhuras e poros grandes. Se não usar filler, vai ter que encher de tinta/verniz, que não é aconselhável.

A única certeza até agora é que a inversão do ângulo do captador é - definitivamente - um fator de equilíbrio entre a força/volume das cordas. Nem precisei incliná-lo.

PS: KKK! O corpo da branca parece maior que os outros, né?  Distorção da imagem (celular). Ainda tô com elas aqui no chão e fui checar à olho nu - é ilusão de ótica mesmo :)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Projeto Les Paul - Parte 2

Paulo May


(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)



(Obs: Parte 1 aqui: CLIQUE)

          Semana passada enviei um e-mail para o Adriano Ramos  (RDC Guitars de Minas Gerais) dizendo que o pessoal tava reclamando (educadamente, é claro) da falta de updates desse projeto.
Ele realmente esteve muito ocupado nesse período (esse é um projeto paralelo, que ele faz apenas nas horas vagas) mas apertou aqui e ali e fez mais alguns vídeos mostrando o processo de manufatura do braço.
         Outras coisas também aconteceram aqui pelo sul. O Oscar casou-se em setembro em Curitiba e eu iniciei uma reforma no meu apartamento em Florianópolis em maio que deveria ficar pronta em julho (mudei essa semana, depois de gastar o dobro do planejado e ainda sem todos os móveis).
Enfim, forças ocultas e inesperadas acabaram atrasando demais o projeto, mas ele continua de pé, firme e forte! :)

          Agora que o Oscar voltou e eu tenho onde dormir de forma digna, acho que o blog deve ter posts mais frequentes. Ainda estou tentando achar lugar para as minhas 35 guitarras no novo apartamento (prometi pra mim mesmo que durante a reforma venderia umas 10 ou 15, mas tenho pavor de vender coisas).
Mas a gente dá um jeito... :)

Segue então o vídeo. Em breve voltaremos por aqui!




quarta-feira, 22 de junho de 2016

Projeto Les Paul: "Alea jacta est"

Paulo May


(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)



          Na época que criei esse blog, em 2010, num ímpeto de empolgação e arrogância, achei que não seria tão complicado fazer uma Les Paul, mais ou menos no padrão clássico (1958-1960)... Já havia lido bastante coisa sobre a construção, madeiras, hardware, etc. e comecei a arquitetar um "plano infalível": compraria aos poucos as madeiras e peças, encontraria um luthier bom e disposto e, com um pouco de sorte, teria uma réplica de Les Paul nas mãos.
Sério, cara? KKKK! O buraco é bem mais embaixo...

Mas, continuando. Num momento em que o dólar estava legal, comprei quase todo o hardware e plásticos na Stewart-MacDonald (stewmac) uma das maiores lojas do mundo em suprimentos para luthiers. O top de maple consegui comprar aqui no Brasil, com o Miguel Cardone da Music Tools. Lindo flame, acredito que no mínimo, qualidade AAAA.
Com a dificuldade para conseguir o mogno e um luthier que eu pudesse ter mais contato, entretanto, cai na real e vi que teria que adiar por tempo indeterminado esse projeto. E fiquei com aquela peça linda de maple guardada, do lado da caixa com os itens da Stewmac, por quase 6 anos...

          Nesse meio tempo, conheci brasileiros com trabalhos e produtos de qualidade surpreendente e excepcional, como Rosar, Manara, Bove, Pedrone, Adriano Ramos, Castelli e vários outros que foram postados aqui no blog. Nosso amigo Adriano Ramos, da RDC Guitars de Minas Gerais, é o foco aqui. Já postei várias guitarras que tiveram os corpos feitos pelo Adriano e sua fantástica CNC. Sempre que tinha alguma ideia maluca, sabia que podia contar com ele pra me ajudar a executá-la. Paciente, minucioso e, antes de tudo, fanático por guitarras, o Adriano topou, sem pensar duas vezes, encarar a aventura de fazer uma Les Paul no padrão das "boas", clássicas.



         Em janeiro desse ano, vi um anúncio de um bloco de mogno no ML e fiz uma série de perguntas para o vendedor, Mozar Menezes, de Jandira/SP. Bloco de mogno brasileiro (nem vou me estender aqui, clique para ler mais), com cerca de 15 anos, medindo 50,5 x 35 x 4,4 cm e peso total de 4,8 kg
Como sempre mencionei no blog, 99% do mogno "brasileiro" que tenho visto é pesado demais, mas esse bloco tinha um peso similar aos blocos de mogno hondurenho (de peso médio) que pesquisei na internet/ebay. Nessas medidas aproximadas, um bloco leve pesa cerca de 4 kg, um intermediário entre 4,2 e 5 kg e os pesados sempre mais que 5 kg.

Abaixo, as fotos do maple e do bloco de mogno, antes de eu enviar para o Adriano:


Então, nós temos um bloco de peso "médio" e esse será o dilema daqui pra frente - eu não gosto de cavidades de alívio de peso, mas se fizermos com o mogno sólido, corremos o risco da LP ficar com mais de 4,5 kg no total. E 4,5 kg é o meu limite - não tenho ombros para mais que isso.
Não consegui saber as medidas exatas dos blocos que a Gibson separa, mas esse post (clique) deixa bem claro que o nosso bloco tá meio longe do bloco das Reissue e outras CS.

Perguntei para o Adriano se postaríamos tudo no final, depois da guitarra pronta, ou faríamos os posts em tempo real, mostrando a evolução do processo. "Se der alguma merda - e a 1ª lei de Murphy diz que sim - ou acabarmos com uma Les Paul de 6 kg?"... Perguntei. E ele bateu o martelo dizendo: "Pô, mas o legal é com emoção... Vamos fazer ao vivo!" KKK!
É isso - a essência do blog é mostrar o dia a dia do aprendizado. Portanto, "faz parte", hehehe...

Daqui pra frente postaremos todo (ou pelo menos a maior parte) o processo - sempre que possível com vídeos. Toda a ação nesse momento está acontecendo na RDC Guitars, lá em BH:

Cruzando os dedos, então...  "Alea jacta est" - A sorte está lançada! :)

ADRIANO RAMOS - RDC GUITARS



domingo, 22 de maio de 2016

SOLLO Amps - Mais Brazucas!

Oscar Isaka




Nos últimos anos temos presenciado uma verdadeira revolução no mercado nacional de instrumentos, e principalmente no nosso ramo das cordas. Tivemos empresas tradicionais se reformulando, hand-makers se profissionalizando, algumas surgindo e muitas novidades em praticamente todos os ramos, guitarras, amps, acessórios, pedais etc. Nessa empreitada toda conheci o pessoal da Sollo Amplificadores apresentados pelo meu amigo Frankly Andrade. Na época ele testou o Mini8, único amp da empresa até então, e entrevistou o Filipe, um dos sócios da Sollo para o seu canal do YouTube (Entrevista Parte 1 , Parte 2).


O Filipe então me contactou e conversamos um pouco a respeito dos amps e conceito da marca, até que acordamos de tentar que ele me enviasse um amp para testes. Nesse meio tempo eu acabei conhecendo também o Rafael, o outro sócio da Sollo. Eu acho muito interessante (pra não dizer indispensável) conversar com os idelizadores da empresa. Conhecendo muitas vezes a origem das idéias, propostas dos produtos e objetivos conseguimo entender melhor onde querem chegar e com isso estabelecer melhores expectativas sobre o nosso próprio objetivo e o que nós podemos extrair de um amplificador/guitarra/pedal. Foram alguns meses de conversas, mas eu tentei resumir os pontos que considerei principais em algumas perguntas num bate papo muito legal com eles.


A Empresa!

LPG: Primeiro de tudo muito obrigado pela presença aqui no blog e pelo tempo. Como começou a Sollo? Da onde veio a idéia, "Vamos fazer valvulados para guitarra"?

Sollo: Opa Oscar! É um grande prazer poder bater esse papo aqui contigo, nós que agradecemos a oportunidade. A Sollo começou de um sonho, um impulso... éramos engenheiros e na época já trabalhávamos com desenvolvimento de hardware de ponta, em uma empresa de rastreamento veicular chamada Autotrac. Na época a gente sabia muito de engenharia e quase nada de empreendedorismo, mas a essência do que viria a ser a Sollo já estava ali: a busca incessante pela qualidade, a busca por fazer as coisas direito (a Autotrac no ensinou muito nesse aspecto!).
 Com o tempo trabalhando juntos, nos tornamos grandes amigos, e nessa amizade a gente conversava muito sobre trabalhar com alguma coisa que a gente fosse apaixonado. Até que um dia o Renato me convidou pra abrir a Sollo. Eu, claro, topei na hora! (ia ser fantástico pertencer a uma empresa que estivesse envolvida com música \o/)
 Quem já abriu empresa sabe que o início é sempre muito difícil, a gente discordava de várias coisas... mas uma coisa sempre foi unânime na Sollo: a gente faria amplificadores de nível mundial. O nosso plano é (e já era na época) conquistar não só o guitarrista brasileiro mas também guitarristas pelo mundo todo.
 Hoje em dia, com a experiência que a gente tem, teríamos feito tudo com mais planejamento e cautela. Mas a verdade é que aquele ímpeto foi essencial para que o sonho não ficasse no papel para sempre.

LPG: Em nossas conversas iniciais me chamou atenção o fato do Solo Mini8 não ter sido "baseado" em algum outro amp já existente. Isso é relativamente incomum num mercado que há mais de 60 anos tem muito de re-leituras e pouco inovações. Pode falar um pouco sobre isso? Como a Sollo foi pensada no quesito mercado sendo que temos alguns outros nacionais já consagrados até como Pedrone e etc? Como competir com tanta qualidade num mercado bastante saturado?


Sollo: O nosso plano nunca foi competir por um espaço já ocupado pelos players que estão no mercado há tanto tempo... por isso sempre nos posicionamos em um lugar de mercado diferente do “hand-maker”. Os grandes nomes já conquistaram um espaço próprio no mercado e fizeram um ótimo trabalho para estar lá, não vimos sentido em tentar lutar por esse espaço com competidores que já estão há décadas se especializando em amplificadores hand-mades.

 A gente resolveu ir por um caminho que tivesse mais a ver com a gente mesmo, com o nosso DNA enquanto pessoas e enquanto empresa. É importante entender aqui que lá no fundo da gente residem nerds de laboratório que adoram calcular correntes e tensões em circuitos elétricos, hehehe. Desenvolver projetos próprios era o nosso sonho na Universidade de engenharia (o Renato é formado em Engenharia Elétrica pela UnB e eu sou formado em Engenharia Mecatrônica e com mestrado em Sistemas Mecatrônicos, também pela UnB). Surgiu naturalmente a vontade de criar amplificadores do nosso jeito, com o nosso timbre e com os recursos que achamos essências.
 Não pensamos nas outras marcas como competidores, na nossa visão tem espaço para todo mundo se você souber se diferenciar. O lugar que a Sollo busca é de qualidade de nível mundial mas com personalidade brasileira. Nessa ideia, não só o nosso produto precisar ser de altíssima qualidade como nosso atendimento tem que ser eficiente e ao mesmo tempo ter o tempero brasuca: irreverente, caloroso e prestativo.
 Isso é um ponto importantíssimo para entender a Sollo, a qualidade dos nossos produtos é importantíssima, mas não é tudo. Nos preocupamos muito com a experiência do nosso cliente, antes, durante e depois da compra.

LPG: Falando dos amps, eu tive a chance de testar o Mini8 e o Mini50 e de cara percebe-se que as diferenças vão além da potência. São amplificadores com sonoridade distintas porém ambos tem um viés moderno onde os timbres limpos são cristalinos e realmente limpos e o canal de drive fala bem mesmo com ganho médio pra alto. Poderia falar um pouco do conceito de ambos e como foi o processo de "CHEGAMOS, é ESSE SOM"?

Sollo: Cara, excelente pergunta! (e bem difícil de responder, hehehehe)
 Vou começar pelo processo de “CHEGAMOS, é ESSE SOM”. O timbre em é muito uma questão de senso estético e referências de cada um, não existe timbre certo ou errado. Sabemos o som que queremos e vamos atrás de esculpir o circuito até chegar lá. Por isso é tão importante o fato de termos um músico-engenheiro como projetista: você precisa saber onde quer chegar (músico) e como chegar lá (engenheiro).
 Quando o projeto toma forma, vamos para o palco testar ele na mix com a banda. Aí entramos em uma fase de ajustes com muitas idas e vindas. É um processo de tentativa erro que pode levar de 1 mês a 100 meses. Só finalizamos o projeto quando ficamos 100% satisfeitos com o resultado.
Agora vamos aos amps: acho que você mesmo definiu muito bem a estética geral dos nosso amps: canais limpos e cristalinos e drive moderno com definição mesmo em alto ganho.
O Mini8 foi o nossos primeiro projeto, e nasceu para ser nosso “pequeno e abusado”. O Mini8 nasceu para quebrar algumas ideias consolidadas no mercado: amplificador pequeno não tem alto ganho, não tem loop de efeitos, só tem um canal, equalização só por tone... Porque tem que ser assim?

A gente tinha a expertise necessária para fazer um amp que contrariasse esses pontos e decidimos encarar o desafio. Aí nasceu o Mini8, um amp MUITO compacto e leve mas com um timbre absurdo e recheado de recursos que consideramos essenciais: 2 canais, loop de efeitos e equalização em 3 faixas. Uma característica importante do Mini8 é que ele é Single Ended (Classe A), o que traz uma característica bem interessante: um timbre mais macio (mesmo no alto ganho). Isso já explica parte da diferença que existe entre o Mini8 e os outros dois: Mini20 e Mini50.
Os mais recentes Mini20 e Mini50 nasceram juntos. Eles mantiveram a identidade de timbre da Sollo, mas foram além: com 4 válvulas no pré ao invés de 2 a gente teve novas possibilidades: mais grave, mais ganho e mais controles (principalmente a equalização no canal limpo). Além disso, a topologia do power mudou também para push-pull (Classe AB), o que deu a esses amps uma característica ainda mais rock’n’roll. São amplificadores mais encorpados e mais “nervosos”, com um timbre único.


A principal diferença entre os amps são:
- Os Mini20 e Mini50 tem equalização no canal limpo, o Mini8 não;
- O timbre do Mini8 é mais macio (com uma pitada de blues) enquanto o Mini20 e Mini50 tem um timbre mais pesado;
- O Mini20 e o Mini50 tem mais presença de graves e bem mais recursos (saída de linha, boost de volume e redutor de potência).




LPG: Futuro? O que podemos esperar ainda da Solo nos próximos meses?

Sollo: Novidades! E prometo que vão ser novidades bombásticas, hehehehehe.
Estamos com dois projetos em fase final. Um é o já anunciado amplificador assinatura do Marcelo Barbosa (que, como todo mundo sabe, toca no Angra e no Almah atualmente), que vai ser um amplificador com a cara dele: 100W de potência, 2 canais e um timbre pesado. Vai ser o amplificador perfeito pra quem curte rock progressivo e metal.
O outro é um amplificador que tem como foco principal o timbre (a qualquer custo). Vai ser o primeiro amplificador que vamos fazer nessa linha, sem que estejamos concentrados no tamanho, peso, custo ou potência, mas sim focando no timbre.



Foi um grande prazer poder participar dessa entrevista com você Oscar! Espero que as perguntas tenham sido respondidas direitinho =D


Os Amps!



O Mini8 foi o primeiro que liguei. Ele vem numa bag muito bacana e o tamanho e peso impressionam. Bem pequeno e leve e com a bag e todos os acessórios( Cabo Speaker, Foot) é realmente fácil de levar pra qualquer lugar. Usei o falante Celestion V-Type do meu Deluxe Reverb ao invés do gabinete da Sollo por questòes de logístisca, mas a resposta do V-Type não vai fugir muito do Eminence GB128 que acompanha a CX 1x12 fornecida pela empresa, já que ambos são de DNA Greenback. O canal clean tem só o botão de Volume e logo no primeiro acorde já da pra notar a voz do circuito com um bonito brilho e faixa de médios que lembra o clean do famoso Hotrod Deluxe da Fender. Claro que um amp de 8W com uma 12AX7 no power não vai produzir graves extensos e profundos como uma valvula pentodo tradicional como uma 6L6 mas achei a resposta do amp equilibrada. É um clean clássico bem plug'n play e é uma pena a falta de uma EQ complete de graves médios e agudos tenha sido preterida em função do tamanho do amp, que era realmente o foco do projeto.

Fica claro que o foco principal do Mini8 é no canal de drive, este sim comportando a EQ de tres bandas tradicional. Sempre testo canais de drive com ganho perto de zero e vou timbrando e aumentando gradativamente pra entender bem os estágios. Fica claro que o Mini8 não foi pensado pra uso em baixo ganho pois o volume e o timbre ficam meio magros nessas configurações mais brandas. No entanto a medida que o ganho passa de 11-12 horas a coisa muda e o amp encorpa bastante e adquire uma característica mais britânica tradicional sem ser ríspido. Com uma LesPaul e o ganho perto de 2hrs deu pra chegar em sonoridades HardRock muito bonitas. O Loop de efeitos e efetivo e transparente deixando o DD-7 sonado bem e sem mudar o timbre. Da pra passer horas brincado com o Mini8 nessa configuração e com a grande vantagem do não precisar atrapalhar ninguém na casa. 8W sào mais altos do que vc possa imaginar, mas o amp timbre bem a volumes bem razoáveis para estudas depois das 22:00hrs tranquilamente sem o famoso "Abaixo isso P***" .




O Mini50 já tem outra pegada e com um par de EL34 empurrando 50W em push-pull tudo muda. Aqui ambos os canais tem EQ completa além de uma função Boost separada e acionável pelo Foot. O Mini50 ainda tem um Line-Out com volume independente direto do Pre-Amp para gravação ou mesmo ligação direta pra mesa. Vale ressaltar que essa função não tem emulação de falante embutida e nem o load nescessário para evitar danos nos trafos de saída caso não se tenha falantes conectados. Mesmo assim tal saída é útil caso você possua uma DI Box específica para guitarra com simulação de gabinete para mandar o som para a mesa sem precisar depender do microfone no amp. A chave de redução de potência conta com 3 nívels, 5W, 20W e 50W e funciona relativamente bem sem alterar muito o timbre do amp e o loop também provou ser bem transparente dentro do que eu pude testar com o mesmo DD-7 do teste do Mini8.


O canal clean mostra logo de cara a que veio com um timbre bem na praia dos monstros modernos como MESA BOOGIE com uma dose cavalar de graves, médios mais "scooped" e agudos bem cristalinos . É um som bem limpo mesmo e com bastante "headroom", ideal pra guitarras com captadores bem encorpados e ativos por exemplo que já tem muito médio por natureza, deixando dedilhados e arpejos muito definidos. Com um ajuste de EQ eu consegui fazer minha Strato soar muito gorda e definida e com um toque de drive (Um TS808 por exemplo) se conseguem bons sons low gain, apesar de claramente não ser essa vocaçào do Mini50. O canal drive invoca a modernidade Americana clássica com um drive brutal e bastante agressivo. Não é a toa que guitarristas como Marcelo  Barbosa (Angra, Almah) gostaram tanto do timbre dos Sollo! Diferente do Mini8 flerta com os sons britânicos classicos, a versào 50W é pura agressão e ronco. O grave é presence mas bem apertado, médios e agudos bem agressivos sem soar magros fazem do amp uma bela plataforma de estilos de Rock mais pesados deixando mais uma vez bem escancarada a proposta de sonoridade mais moderna da empresa.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Pedrone Overdone Special

Oscar Isaka Jr



(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)



        Confesso que devo desculpas ao Pedrone e a vocês que seguem o Blog pela demora em postar uma devida Review do Overdone, mas antes tarde do que nunca (rs) então aqui está. Ainda não 100% completa (então aguardem a parte 2) mas como meu tempo para acabar esta muito escasso eu vou postar mesmo assim :-)!




         Comprei o amp logo que conheci o Pedrone. Quando fui a SP (Post da Entrevista LPG) para a entrevista que publicamos aqui no blog, aproveitei pra conhecer alguns amps da linha e ele tinha um modelo do Overdone pronto para testar e nem deixei ele anunciar. Tentei gravar em casa algumas vezes essa demo e nada ficava bom o suficiente. Eu precisava entender o AMP e TODAS as suas nuances. Precisava esperar o falantes amaciarem, pois havia encomendado um par novo de Celestion G12-65 com caixa nova e tudo mais. Queria que o amp tivesse um período de BREAK-IN para falar 100% o que podia.

         Desde então, muito se tem comentado nos foruns e grupos do Facebook, mas ninguém melhor que o mestre Augusto Pedrone em pessoa para explicar os controles e funcionamento do amp. Oportunamente o Kleber Kashima fez uma excelente entrevista com o Pedrone para o site Guitar Experience  (Excelente Revista Digital) onde, além de outras coisas, ele explica todos os controles do amplificador que passou a ser um amp de linha da marca.




         A versão que eu tenho (e que foi usada nessa demo) é levemente diferente do novo modelo (do vídeo acima). Afim de incorporar o sucesso do Overdone à linha de produtos, o Pedrone não mais o faz utilizando a técnica de ponto-a-ponto dos antigos.
Com isso conseguiu baratear os custos de fabricação, agiliza a entrega e consegue incorporar algumas funcionalidades extras (ex. circuito de redução de potência). Isso sem comprometer a sonoridade original.
A versão nova também perdeu o switch de seleção de "feedback" que se encontrava na parte de trás do Overdone antigo e que altera levemente a resposta do pre-amp mas que não chega a fazer falta. Eu acabo sempre deixando ele desligado mesmo.

O meu Overdone :-)
         Pois bem, usei e abusei dele todo esse tempo. Usei em casa, com pedais, com a minha banda  ao e em ensaios e acho que não tive uma situação que o amp não se comportou muito bem. Podemos pensar que o timbre básico do Overdone é um Fender Clean, porém "transgênico", digamos.

        Os graves são extensos e profundos e com a chave "Deep" a coisa fica ainda mais extensa e versátil. Os médios são cirurgicamente tunados na região eficiente das frequencias de guitarra e soam absolutamente macios e a chave de "Mid" dá um leve boost no volume perceptivo e joga a guitarra lá na frente da banda para situações em que o corte na mix é necessário. Os agudos, assim como os graves, tem um linda extensão e adicionam o brilho necessário sem nunca serem estridentes demais. O "Bright" adiciona um brilho na medida e útil para guitarras que soam mais fechadas por natureza ou então quando se toca com o amp em volumes mais baixos por exemplo, onde a extensão da EQ não abriu tanto ainda.

         O comportamento da EQ do Overdone é um tanto diferente dos amps tradicionais que estamos acostumados. Sem nem mencionar a chave EQ1/EQ2 (Jazz/Rock) onde você tem 2 amps completamente distintos, você pode girar qualquer um deles nos extremos e não vai ter excessos. Por exemplo, com Strato eu gosto muito de usar o "Mid" Switch ligado e com o grave quase no ultimo . O bump de médios do Switch faz com que a maior extensão de graves do Knob case perfeitamente e nada soa abafado, mas um timbre imponente e bonito. Com Les Paul, retiro o Mid, giro o Contour para perto de 1 hora e "voilà".

Tentando mostrar um pouco disso,  eu convoquei o Francisco Ferreira, meu amigo do excelente blog Guitarras e Gambiarras (Clique Aqui) para me ajudar a gravar esse vídeo onde tentamos mostrar como o amp soa e responde. Além de um baita guitarrista, o Chico é radialista e pudemos usar o estúdio para realmente gravar o amp num volume bom. O resultado final está registrado no vídeo abaixo, onde eu passei por todos os controles do AMP enquanto o Chico tocava na minha Strato Castelli (Post da Strato). :-)



         Bom, como nenhum amp faz TUDO por mais versátil que seja, o Overdone tem seus contras. Definitivamente não é um amplificador pra METAL ou gêneros mais extremos. A característica mais macia dos médios, excelentes para um Blues e Rock Clássico, não deixa ele ficar agressivo como uma moto serra MESA não importando o quanto de ganho você jogue no pré. A extensão dos graves, lindos para um jazz, nunca ficam "tight"o suficiente para palhetadas rápidas e bases Drop por exemplo.

No entanto, com uma LesPaul e um pouco mais de ganho do pré obtemos timbres na linha do Bonamassa tranquilamente e um pedalzinho "Marshall like" como o CrunchBox clássico, por exemplo, já joga seu timbre no Hard Rock convincente. Um OCD consegue fazer muito aspirante a JoePerry tocar Mamma Kin sem problemas. Eu queria ter gravado algo para mostrar essas características, mas vai ficar pra um segundo post.

Como sempre, se alguém tiver dúvidas sobre o Amp, preços e etc, basta acessar a página do Pedrone (www.pedroneshop.com) ou entrar em contato diretamente através do e-mail/telefone abaixo. O atendimento é sempre muito solicito e cordial. Eu ainda vou twer todos os amps da marca, dada a qualidade e cuidado e por isso tem nosso Selo de Qualidade LPG a muito tempo! Ponto para o Pedrone, para nós, e para o mercado nacional! 


Pedrone Amplificadores Valvulados Ltda ME
Endereço: Rua Tagipuru 79, São Paulo, Brasil
Telefone: (11) 3672-3783
contato@pedrone.com.br


sábado, 2 de abril de 2016

Captador Rosar Vintage Hot T (Selo Ouro de Qualidade LPG)

Paulo May


(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)


Sérgio Rosar Vintage Hot T

(Selo Ouro LPG)


          Esse captador já é selo ouro há pelo menos 5 anos - a gente que esqueceu de postar... :)
Não lembro a data exata, mas por volta de 2009 o Sérgio Rosar me disse que estava desenvolvendo um captador de Telecaster com o Flávio Gutok, excelente guitarrista brasileiro de country style e, já que eu tinha duas excelentes teles e tocava outro estilo (rock), seria interessante se pudesse ajudá-lo no projeto.

          Foi durante esse período que aprendi muito sobre a estrutura e funcionamento dos captadores (o Sérgio é um professor por vocação e nunca deixa uma pergunta sem resposta). Eu testava os protótipos na minha Telecaster de 1968, que é a melhor tele que já toquei na vida e passava minhas impressões para o Sérgio. A tele 68 eu consegui em 1990, mas antes eu já tinha outra excelente, uma Telecaster Custom de 1974, comprada em 1980.
Portanto, meus ouvidos estavam devidamente treinados (e viciados) no timbre característico das telecasters, o que facilitou muito o nosso trabalho. Eu sempre valorizo mais a minha primeira impressão e quase que intuitivamente, focalizo na (ordem de importância) dinâmica, clareza e equilíbrio das frequências. Às vezes, basta um arpejo com pestana no Fá e outro no Dó pra sentir se o timbre promete ou não.

         Quando testei o protótipo que hoje é o Vintage Hot T, quase caí pra trás. Timbre lindo!
Estalado, dinâmico, agressivo mas sem asperezas. Médios amplos, agudos sem nenhuma sibilância e graves ultra firmes. Imediatamente liguei para o Sérgio e disse: "É esse! Não mude mais nada.". O som que saia da minha tele era tão legal que me recusei a retirar o protótipo dela - e tá lá até hoje - não mexi num fio sequer.

Se não me engano, o Flávio Gutok optou pelo protótipo que hoje é o "True Vintage T". Até entendo, pois ele é um pouco mais macio e menos dinâmico - ideal para a pegada híbrida do country. Mas o Vintage Hot satura bem melhor e faz bonito desde o clean até o saturado "hard rock".

          Por incrível que pareça, o fio polysol, em se tratando de ponte de telecaster, soa mais dinâmico e articulado que o formvar ou enamel. Provavelmente pela estrutura da ponte metálica rodeando o captador. Não sei se é delírio meu, mas sempre escuto uma sibilância, uma pequena sobra de agudos no polysol, exceto nas teles. O captador original de 1968 morreu em 1991 e, de 1991 até 2008, acho que experimentei pelo menos uns 6 captadores diferentes, Seymour Duncan, Fender, DiMarzio, Lollar... Vários muito legais, mas nenhum com a beleza do Vintage Hot T. União perfeita de sutileza e força.

Alnico V, 7,4k... Soa bem em teles de alder, ash (leve e pesado), marupá,tauari e mogno. Para teles de freijó, talvez o True Vintage seja mais adequado, já que essa madeira tende a soar um pouco agressiva nos médio graves.

Editei um vídeo com 3 demos antigas. A tele vinho é de alder e a 68 de hard ash.





domingo, 13 de março de 2016

Status Quo e a Telecaster


Paulo May

(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)

 



      Eu estava coletando material para um post sobre padronização de pontes de strato e principalmente o espaçamento entre as cordas, mas comecei a assistir o documentário "Hello Quo" da BBC e o meu TOC destrambelhou total. Passei longas horas colocando subtítulos em português no documentário. Que trabalhão... Por que? Bem, primeiro porque o Status Quo foi uma das bandas que mais me influenciou na adolescência, segundo porque é imensamente subestimada nas américas e terceiro porque eles talvez sejam a principal razão de eu ter me apaixonado por Telecasters, logo depois do Keith Richards e do Wilko Johnson (Dr. Feelgood).

E, por último, coloquei subtítulos porque quero retribuir um pouco. Assim fica mais fácil para os brasileiros conhecerem a banda.

Obs: Já fiz um vídeo com alguns dos melhores e mais famosos timbres de telecaster que conheço e foi postado aqui no blog,mas vai um repeteco:

"O Som da Telecaster"



         Esse é mais um post quase pessoal, mas pra quem gosta dessa banda e rock básico, vai ser interessante. Deve ficar no máximo 10 dias no ar. O Oscar e o Chico fizeram uma excelente demo do amp Pedrone Overdone que será postada em seguida.

Meu primeiro disco do Status Quo foi o "Hello", de 1973, que devo ter comprado em 1975 ou 76. "Caroline" eu ouvi até gastar o vinil. Tirava tudo de ouvido naquela época. Assim como os Stones, eles também usavam afinações abertas e a gente nem sabia o que era isso.
"Down Down" do disco "On The Level" é em sol aberto com capo na quarta casa, mas isso eu só descobri depois da internet...

Francis Rossi e Rick Parfitt sempre usaram telecasters. A branca do Rick Parfitt me deixava maluco. A primeira guitarra que tive foi, portanto, uma telecaster branca. Infelizmente, uma nacional, da marca FINCH, que não afinava, tinha o braço desalinhado com o corpo e o pior: sem aterramento na ponte (fizeram o captador da ponte sem base de metal, então deveriam ter aterrado a ponte - coisa de brasileiro que nem copiar sabe). Ruído insuportável. Pior guitarra que já tive na vida.

Na época, eu não tinha a mínima ideia de como resolver esses problemas e era impossível tocar com ela. Daí tive que me virar com uma Giannini SG preta, que também era uma dureza pra tirar som. Por isso que eu às vezes fico p da cara com esse pessoal que venera o vinil e essas guitarras brasileiras "vintage", feitas à facão nos anos 60 e 70. Gostam porque nunca tiveram que depender delas ou ouvir música com estalos, chiado de fundo e agulha pulando. Pouquíssimas guitarras eram boas e o vinil...putz! Fita (de rolo) é interessante e as bem gravadas são fantásticas, mas vinil não, pelamordedeus.

     A telecaster do Rick Parfitt é de 1965 e a do Rossi, quase certo que é de 1959  (se não, 57). Pra ser mais prático, coloquei subtítulos também num vídeo recente onde eles falam sobre elas:



         Ambas têm corpo de ash e modificações nas pontes que eu jamais faria. A do Rick Parfitt não deveria afinar bem as oitavas, pois ele colocou um stop tail no lugar da ponte/saddles, mas seu técnico de guitarra diz ele teve sorte e ela afina bem. Fico pensando também na questão da curvatura, pois o raio do braço é de 7.25 polegadas e do stop tail deve ser 12, se for Gibson... Mas ele diz que é uma maravilha e tudo bem... :)

Outro detalhe interessante é que Parfitt usa cordas .14!! Pesada! Rossi usa .09. Ambos usam amps Marshall JCM 800 sempre junto com um Vox AC30.



        A telecaster verde do Francis Rossi foi definitivamente aposentada em 2014. Como vemos no vídeo, ele diz que sempre teve uma relação de "amor e ódio" com ela. Não entende porque a sexta corda às vezes desafina sem causa aparente e não a utiliza para gravações há mais de 25 anos. Mas continuou utilizando-a nos palcos porque sente-se "inseguro" sem ela. Afinal, é sua marca registrada :)

         O Status Quo vendeu mais de 128 milhões de discos porém é solenemente ignorado fora da Europa. A maioria dos críticos cai de pau neles, mas o legal é que eles se divertem com isso. Lançaram até um disco com o título "À procura do Quarto Acorde". KKK!

         O documentário "Hello Quo", foi lançado em 2012. Conta a história da banda, com entrevistas, etc. Acho difícil ser lançado no Brasil, por isso achei necessário fazer a tradução. É um pouco longo pra quem não é fã rasgado, então eu cortei a parte "Coronation Street" e acrescentei uma música, no final, do show de 2013 da tour de reunião dos membros originais. Hello Quo:

"HELLO QUO"
OBS: em fevereiro  de 2018, recebi um comunicado (na verdade uma advertência**) do YouTube dizendo que o vídeo "HELLO QUO" foi retirado do ar por infringir direitos autorais. PQP - fiz o favor de traduzir o documentário para a língua portuguesa pois ele não foi (e acho que nem será) lançado aqui. Perderam (mais) uma oportunidade de divulgar a obra do Status Quo no Brasil... Até entenderia se fosse o vídeo anterior, do show de 1989, mas um documentário? Bah!

** Hi Paulo May:
Due to a copyright takedown notice that we received, we had to take down your video from YouTube: 
Video title: Hello Quo (portuguese subtitles)
Video url: http://www.youtube.com/watch?v=Lc0yafPqLT4
Takedown issued by: LeakID
This means that your video can no longer be played on YouTube. 
You received a copyright strike
You now have 1 copyright strike. If you get multiple copyright strikes, we’ll have to disable your account. To prevent that from happening, please don’t upload videos containing copyrighted content that you aren’t allowed to use. 

Também subtitulei esse documentário sobre a gravação do projeto acústico da banda. "Aquoustic":



    Bem.. Parece que a minha obrigação de fã brasileiro foi cumprida. Perdoem-me os fritadores e roqueiros refinados, mas adoro rock de 3 acordes! :)


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Captador Malagoli Custom LPG


Oscar Eigio Isaka Jr


(obs: antes de fazer perguntas e ou postar comentários, leia aqui: CLIQUE)


          Ao longo desses últimos anos algumas coisas ficaram bem claras e uma delas é a nossa paixão pelos captadores do tipo P.A.F. e sua sonoridade. Tanto eu como o Paulo somos adoradores declarados dessa sonoridade, haja vista o número de posts sobre o assunto nos últimos tempos.


          Pois bem, há alguns meses atrás, como vocês sabem, o Érico Malagoli me contactou apresentando o "Custom 55" e perguntando se eu não gostaria de experimentar e o resultado já foi postado aqui (clique para ler).

Nos dias que se seguiram, conversei com o Érico sobre as impressões que comentamos e ele perguntou se existia algo que eu achava que poderia ser mudado. Comentei sobre a minha percepção do leve excesso de agudos no ataque e do foco nos médios/graves que eu havia percebido entre algumas outras coisinhas que surgiram na discussão e o resultado é o Custom 55 LPG.

Acordamos que o cap do braço se manteria na linha mais clássica, com as bobinas assimétricas, fio Plain Enamel 42 e alnico 2 "rough cast", enquanto o captador da ponte, embora levasse o mesmo DNA do de braço, ganhou um pouco mais de força pra empurrar mais o drive e expandir a versatilidade. Outro ponto que mantivemos foi o espaçamento igual no graço e na ponte, pois assim o Érico conseguiria fazer a bobinagem como queríamos. Os caps de ponte vem com o Bridge escrito a caneta, já que utilizam o mesmo base plate dos de braço! Um detalhe importante para alcançarmos o resultado  pretendido. Gravei uma pequena e rápida demo deles na minha Gibson Les Paul R9 com um leve crunch. O riff e os primeiros licks estão com o captador da ponte enquanto o ultimo solo é o captador do braço.




Ok, mas qual a diferença para o Custom 55 normal? Na prática, o leve excesso de agudos que eu percebi no Custom 55 pode ser benéfico, por exemplo, numa guitarra de corpo oco/semi-oco que tem um som mais encorpado por natureza, mas pode aparecer um pouco demais se o instrumento/amp já tiver uma tendência aos agudos.

Na minha Les Paul em questão ele não chegou a ser excessivo, mas apareceu um pouco mais do que eu gostaria e por isso comentei sobre a possibilidade de baixar um pouco o pico de ressonância, trazendo todo o espectro de médios e agudos um pouco mais para a região média.
Concordamos que isso por si só já faria com que o foco nos médios aumentasse um pouco, e ajudaria a arredondar os agudos.



         Conclusão, temos mais uma excelente opção de captador com DNA de sonoridade clássica, feito no Brasil com um custo x benefício espetacular. Com a recente alta da moeda americana, ficou quase inviável para muitos importar Seymour Duncan, DiMarzio ou qualquer outro captador importado. Temos que dar parabéns e agradecer ao Érico e a todos os nossos fabricantes nacionais que mesmo durante toda esse período desfavorável, ainda perseveram e se esforçam para nos entregar um produto cada vez melhor. Ponto pra nós! :-)

Você pode encontrar o Custom 55 LPG direto no site da Malagoli:



Obs: É sempre importante ressaltar que não temos nenhum tipo de participação nos lucros ou vendas com os produtos que divulgamos aqui no Blog. Nosso compromisso é de sempre tentar ao máximo passar informação e ajudar a comunidade guitarrística da melhor forma possível.